sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Como trabalhar o folclore em sala de aula?

Em agosto é quando muitos professores tiram os livros sobre folclore da estante. "Trabalhar o assunto apenas em agosto se tornou uma tradição no ensino brasileiro", diz Alberto Ikeda, professor de Cultura Popular e Etnomusicologia do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus São Paulo. Esse é um primeiro problema na abordagem do tema - mas nem de longe é o único. Outro equívoco é resumir o folclore às lendas e cantigas de roda, algo raso e redutor.



Uma primeira providência essencial diz respeito à compreensão da noção de folclore. Em sua origem, a palavra significa ensinar (lore) um conjunto de costumes, lendas e manifestações artísticas do povo (folk) preservados pela tradição oral. Porém toda manifestação cultural é influenciada pelo contexto de quem a produz e esse contexto, por sua vez, está em constante mudança. Sendo assim, o conceito de folclore é muito mais dinâmico: envolve diversas vertentes da cultura popular (música, dança etc.) e continua sendo produzido.

Ensinar ao aluno que os elementos de sua própria cultura fazem parte do folclore brasileiro é um dos maiores desafios enfrentados por professores ao tratar do tema. Estimular os estudantes a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares pode ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. "A criança só pode entender a diversidade se perceber que faz parte disso", diz Ikeda. Desenvolver projetos que trabalhem aspectos da cultura brasileira no decorrer de todo o ano letivo é fundamental.

Educação Infantil

Para aproximar o folclore da realidade dos alunos na Educação Infantil, os educadores podem inserir nos planos de aula brincadeiras e cantigas de roda como ponto de partida. Batucar e dançar ritmos regionais, por exemplo, faz os pequenos entrarem em contato com manifestações artísticas locais. "Começar com aquilo que o aluno traz facilita o entendimento da diversidade cultural", diz Ikeda.

Ensino Fundamental 1

A partir do 1º ano, já é possível contar com a ajuda dos alunos para levantar diversos elementos do folclore. É com base no levantamento de exemplos de situações mais próximas da realidade dos estudantes que o professor consegue perceber quando eles estão prontos conhecer os aspectos que fazem parte da cultura de outras regiões do país. Para um aluno pernambucano, por exemplo, entender as origens do carnaval de Olinda e aprender mais sobre os festejos locais pode ajudar na identificação de diferenças e semelhanças na celebração da festa no restante do Brasil.

Ensino Fundamental 2

Com a separação das disciplinas nessa etapa de ensino, o folclore geralmente passa a ser tratado apenas nas aulas de Arte. "As manifestações culturais são muito mais complexas e envolvem outros aspectos que ultrapassam a noção de Arte", afirma Teca. "Por isso, devem ser trabalhadas em várias disciplinas que compõem o currículo regular das instituições de ensino". Para compreender o porquê a capoeira foi incorporada à cultura brasileira é preciso ensinar aos alunos que o Brasil foi um país escravocrata.

Fonte: Revista Escola
Imagem: Reprodução da Internet

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dez pontos para guiar os estudos

Cada pessoa tem uma personalidade, uma forma mais individual de estudar, de compreender conteúdos, mas existem algumas dicas que podem ser usadas para potencializar o aprendizado, ajudando aqueles que se encontram em dificuldade por exemplo com Matemática, Física e Química. Vamos a elas:

1) É preciso querer estudar e, principalmente, querer aprender. Quando se estuda de maneira passiva o ato torna-se penoso e rende poucos resultados, já que o conhecimento é transmitido quase que “goela abaixo” para o aluno. Estudar de forma ativa pode não parecer fácil e, em um primeiro instante, até parecer cansativo, mas, com um pouco de disciplina e prática, este nível de estudo é alcançado e os resultados obtidos;



2) Estudo é concentração. Procure um ambiente tranqüilo, longe de possíveis fontes de distração. Divida o tempo de descanso do tempo de seriedade. Disciplina é fundamental. Não finja que está estudando, pois será perda de tempo e começo de frustração. Conheça seus limites e estabeleça um período do dia para os estudos;

3) Dedique-se a aprender. O estudo é um ato de doação. Ofereça seu coração e seu foco;

4) Esteja ciente de onde está na disciplina que está estudando. Há quem não faça ideia do assunto que está estudando, pessoas que não se aprofundam no tema. Quando perguntadas sobre o que estão estudando, essas pessoas costumam descrever o exercício, o tema do momento, sem compreender o todo;

5) Alguns assuntos requerem o conhecimento prévio de outros. Caso contrário corre-se o risco de ficar completamente perdido. Caso você perceba que não possui o histórico de determinada disciplina, volte atrás para depois dar um passo a frente;

6) Fique atento aos conceitos novos que surgirem. Com o passar das explicações e dos exercícios eles deverão ser naturalmente compreendidos;

7) Não tenha preguiça de anotar o que for novidade. Escrever é uma boa técnica para ajudar na assimilação de um conhecimento. E no papel ponha a sua maneira de compreender o tema. É lugar para o conteúdo com suas palavras;

8) Quando necessário faça desenhos, como esquemas, gráficos e tabelas. Recursos como esses auxiliam na visualização do objeto de estudo;

9) Faça exercícios. Eles são parte integrante, e não um material extra, na formação do conhecimento. Há tarefas que explicam muito mais do que páginas e páginas de texto. As questões a serem resolvidas devem ser escolhidas de forma a favorecer a evolução dos conceitos e em um número adequado para possibilitar a fixação;

10) Nunca desanime. O grande inventor Thomas Edson chegou a dizer que o sucesso se deve a 99% de transpiração e 1% de inspiração, ou seja, o sucesso é fruto de muito trabalho.

Fonte: Mundo Vestibular
Imagem: Reprodução da Internet

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Pais influenciam mais do que a infraestrutura da escola

O envolvimento dos pais e o nível socioeconômico das famílias têm maior influência no desempenho dos estudantes do ensino fundamental no Brasil do que a infraestrutura das escolas e o fato de os estabelecimentos estarem localizadas no campo ou na cidade. É o que mostra o Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), lançado recentemente pelo Escritório Regional de Educação da Unesco para a América Latina e o Caribe. O estudo também considera a disponibilidade de material escolar e a pontualidade dos professores como fatores que melhoram o desempenho.

“Não se observam diferenças de desempenho entre escolas urbanas públicas, urbanas privadas, nem rurais, depois de considerar todos os fatores de contexto social, de aula e escolares. O mesmo ocorre com a infraestrutura, que não mostra relações significativas com o desempenho”, diz o estudo.



O Terce avalia o desempenho escolar no ensino fundamental – do 4º ao 7º ano do ensino fundamental, no Brasil; e da 3ª à 6ª série, nos demais países – em matemática, linguagem (leitura e escrita) e ciências naturais. Os primeiros resultados do Terce foram divulgados em 2014. Nesta divulgação, o estudo incluiu os fatores associados à aprendizagem em cada país.

De acordo com o estudo, no Brasil, o desempenho dos estudantes melhora quando os pais acompanham os resultados obtidos na escola, apoiam os filhos e chamam a atenção deles. O desempenho, no entanto, piora, quando os pais supervisionam e ajudam sempre nas tarefas escolares, tirando a autonomia dos filhos.

Segundo o estudo, os estudantes que vivem em regiões desfavorecidas têm desempenho pior, independentemente das condições da própria casa. No entanto, se os pais têm altas expectativas e incentivam os filhos quanto ao que será capaz de alcançar no futuro, ele obtêm melhores resultados.

O Terce mostra ainda que frequentar a pré-escola, desde os 4 anos, melhora o desempenho dos estudantes. Por outro lado, faltar à escola diminui o desempenho.

Em relação às novas tecnologias, os estudantes do 7º ano que usam computadores na escola com frequência tendem a conseguir pontuações menores em matemática. Já os que utilizam o computador fora do contexto escolar tendem a ter melhores resultados em todas as provas.

O Terce é um estudo de desempenho da aprendizagem em larga escala realizado em 15 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai), além do estado de Nuevo León (México). Mais de 134 mil crianças do ensino fundamental participaram da avaliação.

Fonte: Agência Brasil 
Imagem: Reprodução da Internet